Miley Ray Cyrus nasce em 1992 em Nashville. Começa por ficar
conhecida em 2006 quando intepreta o papel de Miley Setwart em Hannah Montana,
uma série do Disney Channel. Em 2008, já era eleita como uma das 100 famosas
mais bem pagas do mundo, tinha então 16 anos. Até à data já lançou 4 álbuns e
vendeu cerca de 20 milhões de CDs.
Mas como é que a ídolo de muitos pré-adolescentes se
transforma na rebelde Miley que todos nós invariavelmente já comentámos, devido
às suas aparições polémicas?
Em 2006, a Walt Disney lança o primeiro álbum de Hannah
Montana. Em 2007, sai o disco Hannah Montana 2: Meet Miley Cyrus, o segundo
álbum da série e o primeiro da Miley. Dois anos depois, sai Breakout, o
primeiro CD sem qualquer ligação aparente com a série da Disney. Ao avaliar o conteúdo do
álbum bem como o artwork do mesmo, até então, pouca coisa ainda tinha mudado.
O ano de 2008 estava guardado para o lançamento do terceiro
álbum: Can’t Be Tamed. O single de apresentação marca de forma evidente a
separação da ingénua criança Miley, a que o seu público estava habituado, para
uma jovem rebelde.
Corria o ano de 2008 e a Miley era uma criatura rara que
estava numa jaula e que não podia ser domesticada. Uma pergunta surge: Será que
as crianças que a seguiam na série da Disney continuavam a apoiá-la? Afinal
também elas cresceram... Será a Miley um ícone para a nova geração teen?
Mas o que realmente dá que falar é o novo álbum Bangers, lançado
a 4 de Outubro de 2013. Ainda em 2012, e por considerar que a sua editora não a
deixava voar tanto quanto quereria, a Miley mudou de editora.
Uns meses antes do lançamento do álbum, já as polémicas
tinham começado.
Em Agosto, ao receber um prémio no MTV European Music
Awards, em Amesterdão, opta por acender, ao que tudo indica, um charro para
dizer umas quantas palavras de agradecimento. Necessário? Não poderia esperar?
Ou mais um motivo para ser falada, aliado à sua prestação algo vulgar nessa
mesma noite em que interpretou com Robin Thicke um mash-up da música We Can’t
Stop e Blurred Lines?
Em Setembro, 1 mês antes do lançamento oficial, o vídeo do
segundo single Wrecking Ball é lançado e alcança 19,3 milhões em 24 horas.
Nunca saberemos se este sucesso se deveu à letra,
musicalidade ou ao vídeo... Mas desconfiamos que a Miley a dançar nua em cima
de uma bola, a lamber um martelo ou a partir paredes, tenha ajudado a aumentar
as visualizações.
Já o vídeo da música Adore You (http://www.youtube.com/watch?v=W1tzURKYFNs), depois destas polémicas,
acaba por não chocar.
A Miley Cyrus é pop. E a pop por si só já ocupa 95% do tempo
em todas as rádios. Logo por esta via, já terá uma grande probabilidade de
sucesso. É certo que a grande maioria dos artistas cantam e produzem pop. Mas era necessário? Eram
necessário estes vídeos? Estas constantes aparições polémicas? Não está em
causa aqui o talento vocal dela ou das suas músicas, se calhar até tem mais
talento que outras artistas mas... era necessário? Que estratégia é esta da
Miley, agente e editora? Qual será a próxima “bomba”?
Quanto a nós, preferimos esquecer estes escândalos e
relembrar as palavras da Adele: No-one’s ever told me to lose weight or
anything like that. I don’t rely on my t**s to have hits.
Quanto à Miley Cyrus, se for esta estratégia a ser seguida
resta-nos, como apreciadores de música, esquecer as polémicas e cingir-nos ao
que ouvimos no álbum de forma a tecer uma crítica construtiva sobre o que
realmente importa: a música.
Depois da música vem o “resto”. Mas esse resto nunca
incluirá situações para chamar a atenção dos media ou vídeos com artistas nus
ou seminus, sejam eles de que género forem. O resto poderá ser videoclips como Happy
do Pharrell Williams (http://www.youtube.com/watch?v=y6Sxv-sUYtM) ou
performaces ao vivo como a P!nk e outros
artistas já nos tem vindo a habituar. Para além da música, enquanto fã, gosto
de ver um artista que complementa a sua música com algo que faça realçar a sua
qualidade e talento.
O que penso quando falam da música Wrecking Ball? A postura
apresentada pela Miley Cyrus no videoclip de promoção. O que penso quando falam dos concertos da P!nk ou dos Muse?
A forma como procuram explorar os sons que criaram em estúdio para tornar os
seus concertos num espetáculo musical para aqueles que os seguem.
Chegámos à altura em que é de duvidar a confiança que o
manager, editora e a própria Miley têm no talento da mesma. Não são as suas
canções/albúms e a sua capacidade vocal suficientes para a fazer vingar no
mundo (dos “crescidos”) da música?
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