Há uns dias, surgiu a possibilidade de conversarmos com os jovens Nobody's Bizness sobre o novo disco Donkey, do seu apoio a uma associação de preservação de burros e da música Portuguesa.
Fica em baixo o resultado da nossa entrevista.
FYMS: Is it Nobody’s Bizness?
Esperemos que não, que
seja everybody’s bizness sempre que possível!
FYMS: Estiveram alguns anos apenas a interpretar
êxitos de algumas lendas dos blues. Anos mais tarde, lançaram o vosso primeiro
álbum. Sentiram necessidade de criar as vossas próprias canções e deixar uma
marca mais vincada na história da música?
Acho que foi um
percurso natural a partir do momento em que decidimos trabalhar em estúdio o
que já fazíamos ao vivo. Os temas que interpretávamos tinham muito trabalho
criativo por trás, os arranjos eram quase temas originais, até porque nalguns
casos existiam temas cuja versão original nunca tínhamos ouvido. Chegados ao
estúdio decidimos que essa energia podia ser direcionada para a nossa própria
música.
FYMS: Recorreram ao Crowdfunding para produzirem este
segundo álbum. Como foi esse processo? Foi mais difícil do que esperavam? Como
foi a aceitação do vosso público a este “pedido”?
A ideia partiu de uma
amiga nossa que fez um workshop da PPL, que é uma plataforma de crowdfunding
100% portuguesa e que foi onde lançámos a campanha. No início não estávamos
muito confiantes porque sabemos que esta é uma altura complicada para todos mas
a verdade é que excedeu as nossas expectativas, não só conseguimos o valor que
pedimos como o ultrapassamos. Foi interessante perceber que quem nos segue
estava disposto a contribuir e a envolver-se no projecto de forma mais directa.
FYMS: O novo albúm Donkey ajuda a associação
Burricadas (Associação para a Preservação do Burro). Porquê o apoio a esta
associação?
Desde que pensámos no
disco que queríamos apoiar uma associação de preservação de Burros,
inicialmente do burro Mirandês depois do Pedro Ferreira ter visitado uma
associação no norte e ter ficado totalmente apaixonado. Quando começámos a
procurar, descobrimos a Burricadas e vimos que o trabalho que faziam era (para
nós) ainda mais relevante porque não só o faziam sem distinções de raça como o
faziam sem apoios (a preservação do burro Mirandês é elegível a fundos
europeus). Recolhem burros maltratados e em fim de vida, é um trabalho que mais
ninguém faz e tem muito valor. Os burros são animais dóceis e leais, merecem um
fim de vida digno depois de décadas de serviço.
FYMS: Que artistas vos inspiram? Com que artistas
gostariam de trabalhar no futuro?
Todos nós temos
passados musicais muito distintos que convergem nalguns pontos como o Neil
Young, o JJ Cale, o Zeca Afonso ou Paul Simon, mas ouvimos todos coisas muito
diferentes. Em relação à segunda parte da pergunta felizmente acho que neste
momento já conseguimos trabalhar com a maioria dos artistas que gostamos em
Portugal, somos uns sortudos, temos gente cheia de talento à volta!
FYMS: Olhando para trás como acham que tem evoluído a
música Portuguesa?
Acho que estamos a
atravessar uma fase brilhante, cada vez surgem mais e melhores projectos em
todas as áreas, produz-se e grava-se com mais cuidado. É uma pena o mercado não
acompanhar.
FYMS: Perguntas da Praxe:
a) Um dia...
os músicos em
Portugal passam a ser pagos pelo seu trabalho. Hoje não é o dia.
b) O melhor que podem dizer sobre mim...
este disco é a vossa cara.
c) O pior que podem dizer sobre mim...
acho que não há nada tão mau que nos faça pensar muito nisso. Falem de
nós à vontade, é só o que queremos.
d) Daqui a 10 anos...
esperamos
ter mais 5 discos gravados e dezenas de padrinhos para os burrinhos da
Burricadas.
FYMS: O que dirias aos leitores do FYMS?
Ouçam o Donkey, visitem a Burricadas, apadrinhem burros, vejam música
ao vivo e comprem muitos discos!
Sem comentários:
Enviar um comentário