23/03/2014

Entrevista // Nobody's Bizness

Nobody's Bizness são uma banda de Blues, vindos de Lisboa, e composta pela Petra Pais (voz), Luís Ferreira (guitarras e guitarra dobro, clássica em blues), Pedro Ferreira (guitarras, banjo e coros) e Luís Oliveira (baixo e coros).

Há uns dias, surgiu a possibilidade de conversarmos com os jovens Nobody's Bizness sobre o novo disco Donkey, do seu apoio a uma associação de preservação de burros e da música Portuguesa.

Fica em baixo o resultado da nossa entrevista.



FYMS: Is it Nobody’s Bizness?
Esperemos que não, que seja everybody’s bizness sempre que possível!

FYMS: Estiveram alguns anos apenas a interpretar êxitos de algumas lendas dos blues. Anos mais tarde, lançaram o vosso primeiro álbum. Sentiram necessidade de criar as vossas próprias canções e deixar uma marca mais vincada na história da música?
Acho que foi um percurso natural a partir do momento em que decidimos trabalhar em estúdio o que já fazíamos ao vivo. Os temas que interpretávamos tinham muito trabalho criativo por trás, os arranjos eram quase temas originais, até porque nalguns casos existiam temas cuja versão original nunca tínhamos ouvido. Chegados ao estúdio decidimos que essa energia podia ser direcionada para a nossa própria música.

FYMS: Recorreram ao Crowdfunding para produzirem este segundo álbum. Como foi esse processo? Foi mais difícil do que esperavam? Como foi a aceitação do vosso público a este “pedido”?
A ideia partiu de uma amiga nossa que fez um workshop da PPL, que é uma plataforma de crowdfunding 100% portuguesa e que foi onde lançámos a campanha. No início não estávamos muito confiantes porque sabemos que esta é uma altura complicada para todos mas a verdade é que excedeu as nossas expectativas, não só conseguimos o valor que pedimos como o ultrapassamos. Foi interessante perceber que quem nos segue estava disposto a contribuir e a envolver-se no projecto de forma mais directa.

FYMS: O novo albúm Donkey ajuda a associação Burricadas (Associação para a Preservação do Burro). Porquê o apoio a esta associação?
Desde que pensámos no disco que queríamos apoiar uma associação de preservação de Burros, inicialmente do burro Mirandês depois do Pedro Ferreira ter visitado uma associação no norte e ter ficado totalmente apaixonado. Quando começámos a procurar, descobrimos a Burricadas e vimos que o trabalho que faziam era (para nós) ainda mais relevante porque não só o faziam sem distinções de raça como o faziam sem apoios (a preservação do burro Mirandês é elegível a fundos europeus). Recolhem burros maltratados e em fim de vida, é um trabalho que mais ninguém faz e tem muito valor. Os burros são animais dóceis e leais, merecem um fim de vida digno depois de décadas de serviço.

FYMS: Que artistas vos inspiram? Com que artistas gostariam de trabalhar no futuro?
Todos nós temos passados musicais muito distintos que convergem nalguns pontos como o Neil Young, o JJ Cale, o Zeca Afonso ou Paul Simon, mas ouvimos todos coisas muito diferentes. Em relação à segunda parte da pergunta felizmente acho que neste momento já conseguimos trabalhar com a maioria dos artistas que gostamos em Portugal, somos uns sortudos, temos gente cheia de talento à volta!

FYMS: Olhando para trás como acham que tem evoluído a música Portuguesa?
Acho que estamos a atravessar uma fase brilhante, cada vez surgem mais e melhores projectos em todas as áreas, produz-se e grava-se com mais cuidado. É uma pena o mercado não acompanhar.

FYMS: Perguntas da Praxe:
a) Um dia... 
os músicos em Portugal passam a ser pagos pelo seu trabalho. Hoje não é o dia.
b) O melhor que podem dizer sobre mim...
este disco é a vossa cara.
c) O pior que podem dizer sobre mim... 
acho que não há nada tão mau que nos faça pensar muito nisso. Falem de nós à vontade, é só o que queremos.
d) Daqui a 10 anos... 
esperamos ter mais 5 discos gravados e dezenas de padrinhos para os burrinhos da Burricadas.

FYMS: O que dirias aos leitores do FYMS?
Ouçam o Donkey, visitem a Burricadas, apadrinhem burros, vejam música ao vivo e comprem muitos discos!

Descobre mais sobre a associação Burricadas aqui.

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