13/03/2015

Review: Emika, Klavirni (2015)


Fugindo à sua própria natureza electrónica e experimental, Emika apresenta-nos um disco instrumental em piano.

Emika
Klavírní
Jan 26, 2015
Emika Records
O final de Janeiro é marcado pela surpresa de Klavirni, o disco mais distinto da artista inglesa sediada na Bélgica, composto por 13 músicas e está disponível em diferentes formatos – físico, para download ou streaming no Spotify.

Pouco conhecida no lado mais ocidental da Europa, apesar de já ter dado um pequeno salto à Madeira, e ter um grande sucesso em terras nórdicas.
Emika é uma produtora de música electrónica autodidata e que surpreende com este seu Klavirni.

É verdade que Emika tem formação base em piano e música clássica, mas não deixa de surpreender com o lançamento deste disco de música exclusivamente tocada em piano, ainda que não se desligue definitivamente da sua componente electrónica muito vincada nas músicas Dilo 6 e Dilo 13.

A beleza deste disco está na exímia capacidade emocional com que Emika nos consegue transportar para diferentes momentos, apanhando-nos de surpresa.

Um pensamento fortuito de tristeza e melancolia, uma memória feliz, caminhos obscuros sem deixarem de ser familiares no nosso íntimo.
É assim que Emika constrói este disco, com uma bonita habilidade, e isso torna-o mais íntimo e comovente, como um voo turbulento às nossas memórias e sensações mais recônditas do nosso passado, das quais não conseguimos afastar.

Klavirni foge ao estilo de Emika mas, talvez por isso, nos mostre um lado mais espiritual, eclético e intuitivo.

Este trabalho é um disco delicioso, ideal para conversas com amigos, momentos de reflexão interior ou para acompanhar uma boa refeição caseira – porque este Klavirni tem a beleza de se adaptar a todos os momentos pela sua simplicidade crua, sentida e transbordando de uma potente emoção.

É verdade que a Emika tem esta formação mais tradicional na música, mas é importante referir que é uma artista de música electrónica.
Por mais deliciosas ou impressionantes que estas aventuras sejam, acabam por criar um peso que um artista no futuro não é capaz de suportar, uma injustiça imposta mas que não deixa de ser relevante na reflexão feita pela artista.

Se gostava de ouvir mais trabalhos deste género pelas talentosas mãos da Emika? Claro que gostava, mas aí já haverá um termo de comparação mais merecedor, justo e eficaz.

Este Klavirni só prova a sua versatilidade, a sua metamorfose musical e habilidade emocional de surpreender.

O certo é que este disco é a derradeira confirmação do talento de Emika, da sua magia pouco evidente mas extremamente forte, sem deixar de ser um poderoso contraste com a sua própria música pois, é aqui que Emika mostra a sua habilidade de se reinventar sem nunca falhar, tornando Klavirni num dos seus melhores trabalhos até à data.

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