Fugindo à sua própria natureza electrónica e
experimental, Emika apresenta-nos um disco instrumental em piano.
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Emika Klavírní Jan 26, 2015 Emika Records |
Pouco conhecida no
lado mais ocidental da Europa, apesar de já ter dado um pequeno salto à
Madeira, e ter um grande sucesso em terras nórdicas.
Emika é uma produtora
de música electrónica autodidata e que surpreende com este seu Klavirni.
É verdade que Emika
tem formação base em piano e música clássica, mas não deixa de surpreender com
o lançamento deste disco de música exclusivamente tocada em piano, ainda que
não se desligue definitivamente da sua componente electrónica muito vincada nas
músicas Dilo 6 e Dilo 13.
A beleza deste disco
está na exímia capacidade emocional com que Emika nos consegue transportar para
diferentes momentos, apanhando-nos de surpresa.
Um pensamento fortuito
de tristeza e melancolia, uma memória feliz, caminhos obscuros sem deixarem de
ser familiares no nosso íntimo.
É assim que Emika
constrói este disco, com uma bonita habilidade, e isso torna-o mais íntimo e
comovente, como um voo turbulento às nossas memórias e sensações mais
recônditas do nosso passado, das quais não conseguimos afastar.
Klavirni foge ao
estilo de Emika mas, talvez por isso, nos mostre um lado mais espiritual,
eclético e intuitivo.
Este trabalho é um
disco delicioso, ideal para conversas com amigos, momentos de reflexão interior
ou para acompanhar uma boa refeição caseira – porque este Klavirni tem a
beleza de se adaptar a todos os momentos pela sua simplicidade crua, sentida e
transbordando de uma potente emoção.
É verdade que a Emika
tem esta formação mais tradicional na música, mas é importante referir que é
uma artista de música electrónica.
Por mais deliciosas
ou impressionantes que estas aventuras sejam, acabam por criar um peso que um
artista no futuro não é capaz de suportar, uma injustiça imposta mas que não
deixa de ser relevante na reflexão feita pela artista.
Se gostava de ouvir
mais trabalhos deste género pelas talentosas mãos da Emika? Claro que gostava,
mas aí já haverá um termo de comparação mais merecedor, justo e eficaz.
Este Klavirni só
prova a sua versatilidade, a sua metamorfose musical e habilidade emocional de
surpreender.
O certo é que este
disco é a derradeira confirmação do talento de Emika, da sua magia pouco
evidente mas extremamente forte, sem deixar de ser um poderoso contraste com a
sua própria música pois, é aqui que Emika mostra a sua habilidade de se
reinventar sem nunca falhar, tornando Klavirni num dos seus melhores
trabalhos até à data.
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