20/11/2013

Interview // peixe:avião

In 2010, peixe:avião released “Madrugada”. Three years later, the new album, “peixe:avião”, is direct and collect different sides of the band, that they have been, separately, showing throughout their path together. The band presented the new work first in Braga in September and then in October 5th in Lisbon.



We took the chance to send them some questions. Check it below!


FYMS: O vosso nome parece combinar dois mundos muito diferentes – água e ar. Qual é a explicação para Peixe:avião?
Peixe:Avião: Numa fase inicial da banda, tínhamos já a nossa primeira maquete praticamente pronta, mas não tínhamos ainda nome para a banda. Estávamos à procura de um, mas nada de interessante tinha surgido, ainda, quando o nosso vocalista, o Ronaldo Fonseca, sugeriu o nome Peixe : Avião, palavras que estavam no primeiro verso, da primeira música dessa mesma maquete. Sem grandes racionalizações, gostámos imediatamente da ideia, e assim ficou.
Gostámos, também dessa sugestão de contraste, entre dois universos diferentes, mas não queremos que seja vista de uma forma demasiado literal e/ou gráfica, como um peixe com asas ou um avião com escamas.


FYMS: Já lançaram vários álbuns. Qual é a principal diferença desde o lançamento do vosso EP para este novo disco “peixe:avião”?
Peixe:Avião: O nosso mais recente trabalho é aquele que mais se distancia dos outros. A maquete “finjo a fazer de conta feito peixe : avião” e os álbuns “40.02” e “madrugada”, representam um percurso de maturação de um conjunto de ideias. Comparada com esse conjunto de ideias, o álbum “peixe : avião” é mais orgânico, mais duro e cru. É, também, um álbum mais de banda e menos de estúdio. Isso acontece, antes de mais nada, porque ao contrário dos anteriores, este trabalho foi essencialmente composto, em banda, nos ensaios, partindo de ideias muito simples. Por contraste, os trabalhos anteriores, tiveram sempre uma fase de composição e arranjos que passava muito pelo trabalho de casa de cada um de nós.


FYMS: Decidiram dar o vosso nome ao terceiro trabalho da banda. Identificam-se mais com ele?
Peixe:Avião: É claro que, ao longo do nosso percurso, fomos aprendendo coisas acerca da música e de nós próprios, que só poderíamos aprender, tendo feito as coisas que fizemos. Portanto, pensamos que mais importante do que a identificação que sentimos com cada trabalho, é o processo de busca e apuramento dessa identidade, para que estejamos sempre desafiados e motivados para continuar a fazer música nova, isto é, a aprender.
No entanto, poderíamos talvez, acrescentar que este trabalho foi aquele que foi mais feito em banda, em ensaio, o que só por si, poderá significar que há uma identificação colectiva maior com este trabalho, o que acabou por contribuir para a decisão de dar-lhe o nosso nome.


FYMS: Este disco é mais cru e directo quando comparado com os vossos discos anteriores. Como descrevem este trabalho?
Peixe:Avião: Cru e directo são termos que nós também achamos apropriados para o descrever. Orgânico e duro são outros que usámos, também nessa linha. Além disso, como já dissemos, é também um trabalho mais de banda e de ensaio.


FYMS: Como tem corrido a apresentação deste disco ao vivo?
Peixe:Avião: A reacção tem sido boa, as pessoas parecem aderir. É claro que não esperamos que toda a gente goste e estamos preparados para o facto de que, com a mudança de sonoridade, algumas pessoas que gostavam da nossa música, se mostrem menos interessada, mas também esperamos atrair, para a nossa música, pessoas que podem considerar os nossos trabalhos anteriores menos interessantes.


FYMS: Existe algum artista com quem gostariam de trabalhar futuramente?
Peixe:Avião: Sim, o facto de não termos tido nenhuma participação, ao contrário dos trabalhos anteriores, não significa que essa possibilidade esteja posta de parte, no futuro. No entanto, ainda não pensámos em nomes para essas possíveis participações.


FYMS: Como acham que as pessoas vêem Peixe:avião?
Peixe:Avião: É uma questão difícil de responder e, à qual não dedicamos muito tempo, de modo a podermos continuar a fazer música de que nós próprios gostemos. Estamos interessados e trilhar o nosso caminho e criar uma identidade cada vez mais própria e esperamos, com isso, chamar a atenção das pessoas.


FYMS: O que acham da música feita em Portugal, hoje em dia?
Peixe:Avião: Do ponto de vista criativo, pensamos que o período que estamos a atravessar é interessante. Há muita música nova a acontecer, o que, por vezes, gera algum “ruído mediático”, mas que de uma forma geral é, definitivamente, positivo.
No entanto, do ponto de vista da criação de públicos para artistas dispostos a correr riscos, há um longo caminho a percorrer. Muitas pessoas têm muita relutância em pagar pela música (e pela cultura, em geral), pela facilidade com que a podem consumir de graça, através da internet, e, pior ainda, têm também muito pouca disponibilidade para pagar por concertos. Não nos parece que isso esteja tão relacionado com a crise que o país atravessa, como com a mentalidade das pessoas, que valorizam o entretenimento, em detrimento da cultura.


FYMS: Quais são os próximos passos?
Peixe:Avião: Acima, de tudo dar concertos e chegar ao maior número possível de pessoas.


FYMS: Perguntas da praxe… (Completar as frases que se seguem com ideias imediatas)
Um dia...
Peixe:Avião: … são 24 horas.
O melhor que podem dizer sobre vocês
Peixe:Avião: … é que não estamos satisfeitos.
E o pior…
Peixe:Avião: ... ainda está por dizer.
Daqui a dez anos...
Peixe:Avião: ... esperamos continuar insatisfeitos.


FYMS: O que diriam aos leitores no nosso site?
Peixe:Avião: Que desejamos que continuem atentos à música, em geral, especialmente à que é feita por cá.



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