In 2010, peixe:avião released “Madrugada”.
Three years later, the new album, “peixe:avião”, is direct and collect
different sides of the band, that they have been, separately, showing throughout
their path together. The band presented the new work first in Braga in
September and then in October 5th in Lisbon.
We took the chance to send
them some questions. Check it below!
FYMS: O vosso nome parece combinar
dois mundos muito diferentes – água e ar. Qual é a explicação para Peixe:avião?
Peixe:Avião: Numa fase inicial da banda, tínhamos já a nossa primeira
maquete praticamente pronta, mas não tínhamos ainda nome para a banda.
Estávamos à procura de um, mas nada de interessante tinha surgido, ainda,
quando o nosso vocalista, o Ronaldo Fonseca, sugeriu o nome Peixe : Avião,
palavras que estavam no primeiro verso, da primeira música dessa mesma maquete.
Sem grandes racionalizações, gostámos imediatamente da ideia, e assim ficou.
Gostámos, também dessa
sugestão de contraste, entre dois universos diferentes, mas não queremos que
seja vista de uma forma demasiado literal e/ou gráfica, como um peixe com asas
ou um avião com escamas.
FYMS: Já lançaram vários álbuns.
Qual é a principal diferença desde o lançamento do vosso EP para este novo
disco “peixe:avião”?
Peixe:Avião: O nosso mais recente trabalho é aquele que mais se
distancia dos outros. A maquete “finjo a fazer de conta feito peixe : avião” e
os álbuns “40.02” e “madrugada”, representam um percurso de maturação de um
conjunto de ideias. Comparada com esse conjunto de ideias, o álbum “peixe :
avião” é mais orgânico, mais duro e cru. É, também, um álbum mais de banda e
menos de estúdio. Isso acontece, antes de mais nada, porque ao contrário dos
anteriores, este trabalho foi essencialmente composto, em banda, nos ensaios,
partindo de ideias muito simples. Por contraste, os trabalhos anteriores,
tiveram sempre uma fase de composição e arranjos que passava muito pelo
trabalho de casa de cada um de nós.
FYMS: Decidiram dar o vosso nome ao
terceiro trabalho da banda. Identificam-se mais com ele?
Peixe:Avião: É claro que, ao longo do nosso percurso, fomos
aprendendo coisas acerca da música e de nós próprios, que só poderíamos
aprender, tendo feito as coisas que fizemos. Portanto, pensamos que mais importante
do que a identificação que sentimos com cada trabalho, é o processo de busca e
apuramento dessa identidade, para que estejamos sempre desafiados e motivados
para continuar a fazer música nova, isto é, a aprender.
No entanto, poderíamos talvez,
acrescentar que este trabalho foi aquele que foi mais feito em banda, em
ensaio, o que só por si, poderá significar que há uma identificação colectiva
maior com este trabalho, o que acabou por contribuir para a decisão de dar-lhe
o nosso nome.
FYMS: Este disco é mais cru e
directo quando comparado com os vossos discos anteriores. Como descrevem este
trabalho?
Peixe:Avião: Cru e directo são termos que nós também achamos
apropriados para o descrever. Orgânico e duro são outros que usámos, também
nessa linha. Além disso, como já dissemos, é também um trabalho mais de banda e
de ensaio.
FYMS: Como tem corrido a
apresentação deste disco ao vivo?
Peixe:Avião: A reacção tem sido boa, as pessoas parecem aderir. É
claro que não esperamos que toda a gente goste e estamos preparados para o
facto de que, com a mudança de sonoridade, algumas pessoas que gostavam da
nossa música, se mostrem menos interessada, mas também esperamos atrair, para a
nossa música, pessoas que podem considerar os nossos trabalhos anteriores menos
interessantes.
FYMS: Existe algum artista com quem
gostariam de trabalhar futuramente?
Peixe:Avião: Sim, o facto de não termos tido nenhuma participação, ao
contrário dos trabalhos anteriores, não significa que essa possibilidade esteja
posta de parte, no futuro. No entanto, ainda não pensámos em nomes para essas
possíveis participações.
FYMS: Como acham que as pessoas vêem
Peixe:avião?
Peixe:Avião: É uma questão difícil de responder e, à qual não
dedicamos muito tempo, de modo a podermos continuar a fazer música de que nós
próprios gostemos. Estamos interessados e trilhar o nosso caminho e criar uma
identidade cada vez mais própria e esperamos, com isso, chamar a atenção das
pessoas.
FYMS: O que acham da música feita
em Portugal, hoje em dia?
Peixe:Avião: Do ponto de vista criativo, pensamos que o período que
estamos a atravessar é interessante. Há muita música nova a acontecer, o que,
por vezes, gera algum “ruído mediático”, mas que de uma forma geral é,
definitivamente, positivo.
No entanto, do ponto de vista
da criação de públicos para artistas dispostos a correr riscos, há um longo
caminho a percorrer. Muitas pessoas têm muita relutância em pagar pela música
(e pela cultura, em geral), pela facilidade com que a podem consumir de graça,
através da internet, e, pior ainda, têm também muito pouca disponibilidade para
pagar por concertos. Não nos parece que isso esteja tão relacionado com a crise
que o país atravessa, como com a mentalidade das pessoas, que valorizam o
entretenimento, em detrimento da cultura.
FYMS: Quais são os próximos passos?
Peixe:Avião: Acima, de tudo dar concertos e chegar ao maior número
possível de pessoas.
FYMS: Perguntas da praxe…
(Completar as frases que se seguem com ideias imediatas)
Um dia...
Peixe:Avião: … são 24 horas.
O
melhor que podem dizer sobre vocês
Peixe:Avião: … é que não estamos satisfeitos.
E o
pior…
Peixe:Avião: ... ainda está por dizer.
Daqui
a dez anos...
Peixe:Avião: ... esperamos continuar insatisfeitos.
FYMS: O que diriam aos leitores no
nosso site?
Peixe:Avião: Que desejamos que continuem atentos à música, em geral,
especialmente à que é feita por cá.
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