30/11/2014

Review: Vodafone Mexefest 2014

Novembro 28 e 29 - Avenida da Liberdade, Lisboa
O primeiro dia começou no Starbucks com Mike Bek. Não foi a primeira vez que o vimos, no entanto, foi como se fosse. A evolução do Mike Bek ao longo dos meses que o acompanhamos é fantástica. Mantemos a forte aposta nele e acreditamos que um dia será descabido pensar nele para tocar no Starbucks.
Como é hábito no Vodafone Mexefest quando acaba um concerto corre-se para outro e ontem não foi excepção.

O FYMS dividiu-se e foi ouvir Capicua (e as mulheres que a acompanhavam) no São Jorge. Depois de um concerto de apresentação no Musicbox esgotado, a segunda experiência com Capicua ao vivo correspondeu às elevadas expectativas. Acompanhada pelo Dj D-One e M7, que fazem parte da espinha dorsal do projeto da “Sereia Louca”, Capicua convidou Gisela João e Aline Frazão para a acompanharem nas músicas a que dão voz no álbum. Houve igualmente tempo para algumas bailarinas, mas o que realmente se destacou, foi o movimento feminista criado pela Capicua com as suas rimas, ritmos e letras que colocam a Mulher no mais alto dos degraus.

Enquanto Capicua tocava no São Jorge, Tune-yards tocavam no Coliseu. Com um som muito particular, admitimos que a banda não é acessível a todos, devido à sua sonoridade muito particular e excêntrica, levando-nos por uma experiência estranha.

Numa corridinha ao Cinema São Jorge, também tivemos tempo de ver um pouco de Éme, um dos nomes mais requisitados da música portuguesa e com razão! Com um som quente e amistoso, relembrando muitas vezes nomes como B Fachada, a banda em palco foi exemplar na sua apresentação e deu um concerto sólido, interessante mostrando porque é uma das promessas deste ano!

De seguida, Shura esperava-nos na Casa do Alentejo fazendo lembrar os Daughter que no ano passado encheram o Coliseu para um dos melhores concertos dessa edição. Foi um concerto curto na Casa do Alentejo, o repertório também é igualmente pequeno, como banda emergente que são, deram boas indicações do que poderão criar e ser no futuro.

E se a ideia é ir de palco em palco, é de esperar que em alguns não consigamos entrar. Foi o que aconteceu em Kindness. A noite terminou com St. Vincent e os seus longos discursos (ou conta-histórias) entre músicas. Com grandes expectativas, St. Vincent acabou por não chegar ao nível. Com um concerto ameno que, certamente, deliciou os fãs mais fervorosos da cantora, no entanto, pecou na conquista de novos públicos, tornando-se, por vezes, pouco interessante.


No segundo dia de Vodafone Mexefest optámos por dar uma espreitadela a Bristol, com sala cheíssima, para rapidamente passarmos para a garagem da EPAL para (re)ver os Salto.
A banda portuense repetiu a presença no festival mas isso não diminuiu a avalanche de pessoas que se reuniu para os ouvir. Numa sala pouco propícia ao seu som, os Salto deram o melhor de si e mostraram como a música portuguesa está em alta! 
As novas composições da banda mostram-nos um pouco mais dark e obscuros, sem nunca perder o seu elemento mais festivo e característico, e entre sintetizadores, samples e bons ritmos, os Salto visitaram ainda alguns dos seus antigos êxitos. Vale sempre a pena ouvi-los!

E porque o Mexefest é mesmo uma festa de palco em palco, mal os Salto acabaram de tocar foi correr para ver Sharon Van Etten (com casa cheia!) a encantar o Coliseu dos Recreios. Com uma voz doce e melodias harmoniosas Sharon e companhia conquistaram o público português, deixando a ideia no ar que o 4º álbum da cantora americana é efetivamente o seu album de afirmação! No Coliseu houve ainda tempo para tocar uma música nunca antes tocada, e que será, como anunciado, um lado B de um próximo single.

Queríamos ter espreitado Cloud Nothings e Jay-Jay Johanson mas ambos esgotaram pelo que regressámos novamente à Garagem da EPAL para ouvir os Sensible Soccers.
Uma música ambiente, provavelmente, indicados para um início de festival. Não deixando de ter potencial, os Sensible Soccers pecaram por não surpreenderem. Esperávamos mais de uma das bandas que mais tem vindo a conquistar as críticas... Isso, ou somos mesmo difíceis!

A noite terminou com Wild Beasts. Um dos grandes nomes deste festival que, apesar de ter dado um concerto agradável, não surpreendeu. Falhou em diferentes aspectos, especialmente, na falta de uma cumplicidade calorosa com o público... Para o fim, o sentimento de indecisão foi diminuindo mas esperava-se algo mais surpreendente de um dos nomes mais apelativos do festival. 

Ficámos com a sensação de que o Vodafone Mexefest comparativamente ao ano passado não foi tão bom. Se compararmos a emoção do público que os concertos no Coliseu na edição do ano passado com Woodkid e Daughter proporcionaram à emoção de St. Vincent ou Wild Beasts, os nomes não foram mais pequenos mas havia uma menor cumplicidade entre as bandas e os festivaleiros. Podíamos pensar que seria complicado manter o nível da edição de 2014, mas a verdade é que há efetivamente muitos novos artistas a emergir no panorama da música internacional, que nos poriam todo e qualquer pelo do braço em pé.

Para o ano, lá estaremos de novo!

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