Num dia mais interessante, longe dos cabeça-de-cartaz The Libertines, o dia foi marcado por belas surpresas.
You Can't Win, Charlie Brown abriram as honras no palco principal, e que bom presságio para a noite que se adivinha.
Cheios de energia e simpatia, os YCWCB são o espelho da boa música que se faz em Portugal.
Deambulando entre as músicas dos seus dois discos, com direito a um bonito cover de Heroin dos Velvet Underground, a banda mostrou-nos que a complexidade dos seus elementos tornam cada música, numa experiência merecida de ser vivida - e, isso, reflecte na forma como se apresentaram e como gracejam.
É uma beleza ter uma banda deste calibre que, pouco a pouco, se estão a tornar numa das bandas mais emblemáticas do panorama musical.
The Black Mamba são uma simpatia e encarnam a beleza de blues, soul e funk e, principalmente, mostram a boa (e variada) música que se faz em Portugal. A banda encarna uma tradição longínqua e, com um toque particular, representam - e bem - outras origens e sentimentos. "Are you here?" foi o mote diversas vezes lançado ao público que timidamente se juntava.
Bonito de se ouvir!
No palco secundário, The War On Drugs foram uma doçura, daqueles concertos ao entardecer que sabem bem a todas as pessoas.
Emblemáticos, a banda conseguiu atrair um público vasto que se influencia algures entre os anos 80 e um pop electrónico mais moderno. Num misto de influências, The War On Drugs acabam por se tornar muito próprios e transformar a sua música em bons momentos.
Sem nunca desiludir, a banda conseguiu um concerto sólido, animado e interessante - ainda que com alguns percalços - mostrou porque é uma das bandas mais interessantes da actualidade.
Vários eram os fãs de Bastille que lutavam para um lugar bem próximo do palco principal.
É inegável a sua energia e surpreende que com apenas um disco no repertório tenham arrastado tantas pessoas ansiosas de os ver, entre ovações e admiráveis declarações de amor.
Não é por menos... entre sintetizadores e ritmos mais agitados, os Bastille mostraram que são uma banda consciente com um pop melodioso e que deixou um simpático sentimento no ar.
Foster The People mostraram porque são uma das bandas mais aceites em terras lusas.
Com uma energia explosiva, ritmos cativantes e refrões memoráveis, Foster The People são uma das mais bonitas encarnações do pop moderno.
Do mais melancólico a um sentimento mais festivo, a banda de Mark Foster (semblante de Alex Turner à vista...) justificou a devoção e ansiedade dos fãs que se deslocaram ao recinto para os ver.
Num ambiente que soava a uma simpática companhia, não surpreenderam mas estiveram muito longe de dar um mau concerto. Soube a pouco.
Daughter foi a revelação do dia e, provavelmente, do festival.
No palco secundário, que pareceu demasiado pequeno para o fluxo de pessoas que se deslocou propositadamente para ver a banda liderada por Elena Tonra, que pecou pelo conflito de sons que vinham do palco principal com os cabeça-de-cartaz The Libertines.
Quem já os tinha visto no Vodafone Mexefest notou uma clara evolução na banda.
E, ao contrário do que se devia esperar, apesar da melancolia dos seus sons misturados pela doçura da voz de Elena, os Daughter mostraram-se merecedores da devoção dos fãs e principalmente, mostraram ser um fenómeno em crescimento.
A pergunta de início era "Mas porquê no Heineken e não no Clubbing?" a pergunta foi imediatamente respondida com a quantidade de pessoas que se iriam juntar a Chet Faker.
Se muitas eram as pessoas que assistiram ao concerto dos Daughter, mais foram as que escutaram as melodias tão características do músico australiano.
A tenda do Palco Heineken não era suficiente. Havia pessoas sentadas por todo o chão que rodeava o palco. No fim, terminando com"Talk is Cheap", a opinião era unanime: aquele teria sido um enorme concerto, superando as expectativas daqueles que não o conheciam e superando as daqueles que já conheciam o seu trabalho.
Ainda que com alguma controvérsia relativamente a alguns nomes presentes no cartaz, 150 mil pessoas não podem estar enganadas. Foi mais uma grande edição deste festival que já se tornou um hábito para tantos portugueses e estrangeiros.
Quanto a nós, ficamos a aguardar ansiosamente por mais uma edição que já tem datas para 2015 - 9, 10 e 11 de Julho.
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