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11/01/2016

David Bowie, um mestre em disfarce

Davy Jones, Ziggy Stardust, Major Tom, Aladdin Sane: personas que, no fundo, representam a genialidade de alguém que parecia de outro mundo, David Bowie. Mas, Bowie é muito mais do que representações coloridas e alter-egos diferentes, Bowie é a concretização de um mestre em disfarce que se tornou visionário ainda antes de sabê-lo.

1946 - 2016
Uma das frases mais bonitas que li em homenagem ao cantor britânico de 69 anos foi «Bowie existed so all of us misfits learned that an oddity was a precious thing. he changed the world forever» por Guillermo Del Toro (diretor e produtor mexicano). Para mim, esta frase resume todo o meu amor e respeito pela arte e pessoa do David Bowie. Eu sempre vivi à margem do que esperavam de mim – felizmente, tive pais que me permitiram ser livre e fazer os meus erros – por isso, era frequente sentir-me misfit, sentir-me alguém que não estava onde devia estar e, se há alguma coisa que aprendi com toda a vida e arte deste génio é que não importa se és diferente, é bom seres tu e aceitares-te como és. 

Ouvia Bowie antes de ser cool gostar do Bowie. Sempre ouvi Bowie, mesmo quando tinha 3 anos e dançava ao som de Let’s Dance, quando imitava o épico dueto com os Queen ou sonhava com o espaço com Space Oddity ou Life on Mars?, ouvia sem perceber a sua dimensão, a sua arte e a sua importância para o mundo. 

Só mais velha percebi a subtileza das palavras nos poemas cantados do Bowie, só mais velha compreendi a importância de cada persona que representa um momento-chave da sua vida artística e não um mero capricho comercial, só mais velha percebi que faz falta ao mundo existiram mais Bowies, mais Ziggy Stardusts e mais Major Toms. 

Falar de David Bowie é falar de arte, de leveza, de inovação, de criatividade, de exposição, de amor, mas… Falar de Bowie também é falar do lado obscuro, falar de drogas, de não ter medo, de ser imortal – porque, no fundo, é isso que Bowie é, pois sempre esteve à frente de todos, sempre pensou além do presente. 

Agora sim, percebo finalmente que o seu último trabalho Blackstar é a sua despedida da vida, é o momento em que decide cumprimentar a morte e vê-la como uma parceira e juntos criaram uma das suas maiores obras-primas. Blackstar é o fim, mas é o fim mais genial que poderia existir para alguém como David Bowie – é o fim que ele preparou e lançou dias antes de aceitar a morte. Mas, David Bowie não foi com ela porque Ele é imortal e as suas personas, a sua história, a sua arte vão viver para sempre lembrando um dos maiores e mais versáteis artistas que o mundo já presenciou.

"And the stars look very different today", mas ainda bem que sim. 
Farewell Master Bowie!

06/07/2015

Benjamim na volta a Portugal em 33 dias

Benjamim não pára de surpreender.

O cantautor antecipa o lançamento do seu primeiro disco Auto-rádio, com uma sequência de concertos de norte a sul de Portugal. O conceito é simples - correr Portugal de lés-a-lés, durante 33 dias em 33 sítios diferentes, ao volante da sua carrinha Volkswagen Golf 1996.

Faz click na imagem para aumentar
Benjamim não vai sozinho, o fotógrafo Gonçalo Pôla vai ter uma dupla função de co-piloto e documentarista desta aventura, fazendo um registo foto-videográfico, reflectindo num diário de estrada - o caminho pode ser seguido em Diário de Bordo - Benjamim.

Com dois singles já disponíveis - Os Teus Passos e Tarrafal -, o álbum estará disponível no início de Setembro, pela Pataca Discos. No entanto, a partir de 14 de Julho, o disco pode ser comprado, em exclusivo, em todos os concertos desta tourné.

23/06/2015

Review: James Bay "Chaos and the Calm" (2015)

Cheguei um pouco tarde ao fenómeno James Bay mas cheguei e não podia ter sido mais feliz!

James Bay
Chaos and the Calm
Mar 23, 2015
James Bay é um músico britânico, na plenitude da sua juventude com 24 anos e com talento para dar e vender. Com quatro EPs lançados, Bay estreia-se nos discos com Chaos and the Calm, adorado tanto por fãs como pela crítica especializada, tendo recebido o prémio de Critics' choice nos Brit Awards e um bonito 2º lugar no Sound of 2015, promovido pela BBC.

O pop/rock de Bay é (fortemente) banhado pela sua voz suspirante e memorável aliado a uma melodia suave mas marcante, tornando-se numa inspiração primaveral para dias angustiantes. James Bay orgulha-se do seu "traditional songwriting" e devolve à música a sua ingenuidade e simplicidade.

É importante destacar músicas como Hold Back the River ou Best fake smile marcadas pelo ritmo que nos transmite uma atmosfera quente e sexy mas para momentos mais calmos e relaxados recomendo Let it go e Move together.

No fim de cada audição, temos a tentação de clicar no repeat - é o que me tem acontecido há vários dias, é um disco óptimo para todos os momentos seja de trabalho, para relaxar, para conduzir... James Bay ajusta-se ao momento do nosso dia, com a sua voz potente que nos preenche e obriga-nos a "beber" cada palavra de forma intensa e vivida como se fossem nossas. Repeat, repeat, repeat!

19/06/2015

Beirut de volta às lides com "No No No"

Beirut são um alternativo muito próprio e estão de volta aos ritmos que lhes são distintos, com o single, No No No.

A banda liderada por Zach Condon marcou o dia 11 de Setembro para o lançamento do seu novo disco, com o mesmo título do single de avanço - quatro anos após o último trabalho -, sob a alçada da 4AD Records.

Vídeo produzido por Brother Willis

À música junta-se um vídeo que complementa a vivacidade tão característica de Beirut e, curiosamente, intrínseca no seu perfil idealizado em finais de tarde solarengos, cobertos pelas sonoridades melódias e a voz suave de Condon.

Um single que vai marcar as tardes quentes de Verão!

17/04/2015

Review: ††† [Crosses] "†††" (2014)

Quem ouve Crosses à espera de ouvir Deftones, bem pode tirar essa ideia...

††† (Crosses)
†††
Fev 11, 2014
Crosses são uma banda composta por Chico Moreno, Shaun Lopez e Chuck Doom, em 2011.
Com dois EPs na manga e um disco, ††† (lê-se Crosses), a banda mostra-se além do esperado.

A essência do disco é muito simples, definindo-se como "minimal and soothing". O estilo deste disco é, muitas vezes, referido como witch house - numa alusão à imagem dark, com um simbolismo considerado "obscuro" e, especialmente, por todas as canções e até o nome da banda estar graficamente representado com uma cruz "".
Mas, isso não influenciou, de todo, a altura em que decidimos ouvir este trabalho.


Descobri a banda sem querer, numa deambulação nocturna pelo meio online, e foi uma bonita surpresa. Isto aconteceu pouco depois de terem lançado o seu primeiro EP, em 2011.
Quando lançaram o primeiro disco (digo primeiro na esperança de existirem mais no percurso) fiquei favoravelmente surpreendida.
††† é um disco que nos (pre)enche, que surpreende por ser arrebatador e inesperado. É um disco bonito, que merece ser vivido, nas mais diversas ocasiões.
A primeira impressão é que este trabalho é muito electrónico, pesado mas simples. Essa sensação não passa, aliás reafirma-se à medida que se ouve o trabalho uma e outra vez. Até que se entrenha. 

As texturas que se misturam neste disco, pelas várias influências vindas dos seus membros, trazem uma sonoridade intensa. Crosses fizeram um trabalho brilhante em envolver o ouvinte na sua melodia, no seu ritmo vincado por pesadas batidas e vozes melodramáticas, ríspidas e claras - camufladas pelas várias densidades a que Chico Moreno já nos habituou - vão alimentar a ideia dreamy que nasce, inevitavelmente, à volta do disco. Numa mistura de pop experimental, electrónica e toques de rock - este é, sem dúvida, um trabalho eclético e reflecte as várias facetas da banda.

Falar deste (incrível) †††  torna-se num exercício complicado pela sua densidade, qualidade e simplicidade das letras - que vai reforçar o poder dos instrumentais e, assim, ganhar maior responsabilidade na apresentação do disco.


14/04/2015

Capicua lança Medusa e volta à estrada

Um ano depois de lançar Sereia Louca e se confirmar com um dos nomes mais talentosos da nova música portuguesa, Capicua lança Medusa - Algumas remisturas e uma ou outra coisa nova. Medusa conta com 2 originais e 14 remisturas de músicas já lançadas pela rapper. Para estas remisturas Capicua chamou para trabalhar consigo alguns nomes emergentes da música nacional.

Capicua apresenta Medusa com o single de mesmo nome que conta com a colaboração de Valete.



Tal como em Sereia Louca, Medusa tem como tema de abertura um tema relacionado com as mulheres, seguindo assim a linha do álbum lançado em 2014.

Alinhamento do disco:
1 Medusa (feat. Valete) Capicua Medusa
2 Lupa ((Octa Push Remix) [feat. Aline Frazão)
3 Amigos Imaginários (Virtus Remix)
4 Soldadinho ((Sam The Kid Remix) [feat. Tamin) 
5 Jugular (Roger Plexico Remix) 
6 Vayorken (White Haus Remix) 
7 Black Mamba (Puto Anderson-Firma do Txiga-Remix) 
8 Barulho (Razat e Stereossauro Remix)
9 Tabu ((Marfox Remix) [feat. M7]) 
10 Maria Capaz (Ninja Core Remix)
11 Mão Pesada ((Expeão Remix) [feat. M7)
12 Tabu ((D-One Remix) [feat. M7)
13 Amigos Imaginários (Dj Ride Remix)
14 Lupa ((D-One Remix) [feat. Aline Frazão) 
15 Vayorken (Lewis M Remix) 

16 Egotríptico (feat. M7)
Medusa foi apresentado no sábado no Porto, na Casa da Música, com os suspeitos do costume M7 e D-One, bem como Virtus, nas teclas, mpc e programações e Vítor Ferreira nas ilustrações que passam a ser feitas a partir do palco. A esta equipa juntam-se ainda Valete - participa em Medusa, o single do novo álbum e uma das músicas originais - e Tamin - participa na remistura de Soldadinho.

A apresentação em Lisboa acontecerá esta quinta-feira no Lux - dia 16 de Abril -, o concerto começará às 23h seguindo-se de um after party com Dj Sets de Sam the Kid, D-One e Stereossauro, responsáveis por algumas remisturas de Medusa.


13/04/2015

Benjamin deixa Walter e regressa com "Os Teus Passos"

Benjamin já não é Walter. Voltou de Londres para o coração do Alentejo, no Verão de 2013.
Em Dezembro de 2014 fez a despedida de Walter, rodeado de amigos.

Esta mudança veio revolucionar a sua maneira de olhar para o mundo, reforçado pela necessidade de voltar a escrever na sua língua. Foi na vila de Alvito que o compositor construiu um estúdio e começou a criar as canções que compõem agora o seu novo disco (em português) Auto Rádio.
Um disco que reflecte o seu universo, as pessoas do seu dia-a-dia e sem barreiras linguísticas - onde fala tanto de "memórias remotas do Portugal colonial" como de "Portugal, do Porto, que lhe vem do lado mãe, da crise, do amor" ou simplesmente "de carros a acelerar pela marginal de uma qualquer cidade à beira do Atlântico".

Assim, Auto Rádio é um disco pensado para que as pessoas "o consigam compreender", com histórias do mundo, uma língua familiar mas é, sobretudo, "um disco em busca de uma identidade que o norte da Europa tornara difusa".

Benjamin reinventou-se e lançou, recentemente, o seu primeiro single Os Teus Passos.


O disco tem data prevista de lançamento em Setembro.

09/04/2015

Stromae faz crítica social com "Carmen"

Metade do FYMS é absolutamente obcecada por Stromae, por isso, a emoção foi mais que gigante quando o exímio NOS Alive confirmou o artista belga como cabeça de cartaz do último dia deste festival, que acontece de 9 a 11 de Julho.


O seu novo single chama-se Carmen e não é nada mais nada menos que uma crítica social ao poder e importância que as pessoas dão, hoje em dia, às redes sociais.
Claramente direccionado para o Twitter, a crítica pode rapidamente ser alargada para outras redes sociais como Facebook e Instagram.

O ritmo de Carmen não podia deixar de ser contagiante, com uma sonoridade sublime, uma letra consciente da realidade (algo cada vez menos comum no mundo electrónico) e com uma forte mensagem.
Stromae é um artista inteligente, perspicaz e com facilidade em oferecer o que não estamos à espera. E quando falo em Stromae, espero que seja algo dançável mas, ao mesmo tempo, pouco óbvio no sentido em que a realidade se "esconde" numa inspiração "conto de fadas", diria até romântica.

Em Carmen, a originalidade não começa pelo tema mas, sim pela abordagem - num jeito cartoonesco -, Stromae usa o símbolo do Twitter para representar o poder que as redes sociais têm na vida moderna muito ligada à internet, ao mundo online mas, não deixa de ter uma forte componente social - como a ideia de deixarmos de comunicar fisicamente, de vivermos obcecados com a ideia dos likes, hashtags ou selfies
Este Carmen acaba por funcionar como um alerta a uma sociedade cada vez mais electrónica e mecânica e menos humana, onde fazem falta os laços, o amor e a ajuda ao próximo.

05/04/2015

Muse apresentam 'Psycho'

Os britânicos Muse estão de volta com Psycho, um single militar com pontadas de rock.


Num regresso às origens, este single é uma representação do que vai ser o sétimo disco da banda, Drones. Psycho é um single com um semblant mais obscuro - reforçado pelas letras e um espírito menos fantasioso, sem deixar de ser um tema sólido, com linhas de guitarra bem definidas e um ritmo contagiante. Ouso até dizer que é um tema mais humano e agarrado à realidade, deixando para trás temas aliados à conspiração, futurismo e fantasia. Este é, sem dúvida, um presente para os fãs que tinham saudades das linhas que definiam a banda no seu início.


Drones aparenta ser um disco rock com uma forte mensagem política e uma urgência revolucionária em que os temas se tornam mais directos e realistas. Em setembro de 2014, Matt Bellamy revelou na rede social Twitter que este disco inclui temas como "Ecologia profunda (filosofia que vê a humanidade como um dos meios da natureza), empathy gap e Terceira Guerra Mundial".
Em Março de 2015, Matt explica, numa entrevista ao site Gigwise, que este álbum "explora a jornada de um humano, do seu abandono e perda de esperança, à doutrinação do sistema em se tornar num drone humano".

O disco sai a 8 de Junho.

13/03/2015

Sumol Summer Fest: Tove Lo actua a 3 de Julho

A artista sueca Tove Lo é a mais recente confirmação do festival Sumol Summer Fest.


Tove Lo é conhecida pelos seus hits Habits e Not On Drugs, ambos fazem parte do seu disco de estreia Queen of the Clouds, um disco que o FYMS definiu como "pensado ao pormenor" e "um disco agradável mas incrivelmente negro - revela-se uma boa companhia pelas batidas bonitas e instrumentais bonitos e energéticos, mas quando analisado ao pormenor, é um disco que realmente nos faz (re)viver a intensidade desses momentos".

Esta edição do Sumol Summer Fest acontece nos dias 3 a 4 de Julho, na Ericeira, e conta com um cartaz já confirmado de grandes nomes da música reggae e mais alternativa como Richie Campbell, Rudimental, Buraka Som Sistema e The Cat Empire.

Dividindo-se por dois palcos: Palco Sumol, com nomes mais sonantes, e Soundset Ribeira d'Ilhas com nomes mais alternativos e electrónicos, o Sumol Summer fest tem-se firmado no panorama de festivais de verão pela sua oferta direccionada para a música reggae e alternativa, reforçado pelo seu mote "o festival onde o Verão, a Praia, os Amigos e a boa Música se juntam!"

Os bilhetes já estão à venda, o bilhete diário a 40€ e o passe de dois dias com camping está com um preço promocional de 65€, apenas até ao dia 31 de Março.

Review: Emika, Klavirni (2015)


Fugindo à sua própria natureza electrónica e experimental, Emika apresenta-nos um disco instrumental em piano.

Emika
Klavírní
Jan 26, 2015
Emika Records
O final de Janeiro é marcado pela surpresa de Klavirni, o disco mais distinto da artista inglesa sediada na Bélgica, composto por 13 músicas e está disponível em diferentes formatos – físico, para download ou streaming no Spotify.

Pouco conhecida no lado mais ocidental da Europa, apesar de já ter dado um pequeno salto à Madeira, e ter um grande sucesso em terras nórdicas.
Emika é uma produtora de música electrónica autodidata e que surpreende com este seu Klavirni.

É verdade que Emika tem formação base em piano e música clássica, mas não deixa de surpreender com o lançamento deste disco de música exclusivamente tocada em piano, ainda que não se desligue definitivamente da sua componente electrónica muito vincada nas músicas Dilo 6 e Dilo 13.

A beleza deste disco está na exímia capacidade emocional com que Emika nos consegue transportar para diferentes momentos, apanhando-nos de surpresa.

Um pensamento fortuito de tristeza e melancolia, uma memória feliz, caminhos obscuros sem deixarem de ser familiares no nosso íntimo.
É assim que Emika constrói este disco, com uma bonita habilidade, e isso torna-o mais íntimo e comovente, como um voo turbulento às nossas memórias e sensações mais recônditas do nosso passado, das quais não conseguimos afastar.

Klavirni foge ao estilo de Emika mas, talvez por isso, nos mostre um lado mais espiritual, eclético e intuitivo.

Este trabalho é um disco delicioso, ideal para conversas com amigos, momentos de reflexão interior ou para acompanhar uma boa refeição caseira – porque este Klavirni tem a beleza de se adaptar a todos os momentos pela sua simplicidade crua, sentida e transbordando de uma potente emoção.

É verdade que a Emika tem esta formação mais tradicional na música, mas é importante referir que é uma artista de música electrónica.
Por mais deliciosas ou impressionantes que estas aventuras sejam, acabam por criar um peso que um artista no futuro não é capaz de suportar, uma injustiça imposta mas que não deixa de ser relevante na reflexão feita pela artista.

Se gostava de ouvir mais trabalhos deste género pelas talentosas mãos da Emika? Claro que gostava, mas aí já haverá um termo de comparação mais merecedor, justo e eficaz.

Este Klavirni só prova a sua versatilidade, a sua metamorfose musical e habilidade emocional de surpreender.

O certo é que este disco é a derradeira confirmação do talento de Emika, da sua magia pouco evidente mas extremamente forte, sem deixar de ser um poderoso contraste com a sua própria música pois, é aqui que Emika mostra a sua habilidade de se reinventar sem nunca falhar, tornando Klavirni num dos seus melhores trabalhos até à data.

27/01/2015

Review: James Blake "200 Press EP"

200 Press é o último EP de James Blake que se apresenta, mais uma vez, pautado pela inovação técnica, fugindo ao estigma da electrónica actual, renovando-se pela sua constante surpresa, sendo composto por quatro faixas, e apenas 200 edições serão editadas em formato físico, estando disponível em diversas plataformas digitais como Spotify ou no site da editora.
James Blake
200 Press EP
Dez 8, 2014
James Blake é uma caixinha de surpresas e durante a preparação do seu terceiro disco, decidiu presentear-nos com mais um EP, 200 Press, pela alçada da sua editora 1-800-Dinosaur.
Uma coisa é certa, o EP apanha-nos de surpresa.

A particularidade deste EP (sim, o Blake tem sempre uma particularidade) é que conta com três músicas e um poema escrito pelo rapaz.

Sintetizadores, remisturas e ritmo são as três palavras de ordem, embora o EP seja um pouco mais intenso do que se esperava de um James Blake geralmente melancólico, em que é possível ouvir músicas já familiares envolvidas neste novo trabalho.

Com um pensamento sempre a fugir ao perceptível, 200 Press EP apresenta um James Blake intuitivo, inteligente e hábil na arte da composição que lhe é tão característica, num espírito intelectual, eclético com aspirações hip-hop contrastante com elementos industriais, sons eléctricos e traços muito educados. Estranho?

A magia de Blake é pouco evidente, transformando-se em trabalho, tornando-se um nome cada vez mais forte e poderoso no cenário electrónico.


O melhor é que James Blake, por mais curto que seja um trabalho, nunca deixa de ser uma bonita viagem musical.

13/01/2015

Cave Story lançam primeiro EP "Spider Tracks"

Os Cave Story são uma banda criada em 2013, pelo Gonçalo Formiga, Pedro Zina e Ricardo Mendes, nasceu nas Caldas da Rainha onde "acontece tudo e nada ao mesmo tempo".

Em 2014 deram-se a conhecer ao mundo com o single Richman, um bonito tributo a Jonathan Richman e um cover do tema Helicopter Spies dos Swell Maps que chegou a chamar à atenção do próprio Jowe Head.

Mais sobre a banda aqui.

A grande surpresa chega-nos no final do ano passado quando Cave Story colocaram o seu primeiro EP Spider Tracks em pré-venda online e que chegará às lojas no próximo dia 2 de Fevereiro.

A beleza de Spider Tracks é ser um conjunto de músicas que foram gravadas em momentos distintos do ano mas, em comum, têm o facto de terem sido capturadas na mesma sala e pelas mesmas pessoas.
Sem dúvida, um EP que vai dar que falar.

Para os mais curiosos, podem ouvir a apresentação do EP ao vivo no Dia dos Namorados, dia 14 de Fevereiro, no Sabotage Club, em Lisboa.

12/01/2015

FYMS: 4º aniversário

Hoje o FYMS completa quatro anos!

E como tem vindo a ser tradição, não quisemos deixar passar a data sem marcar com um momento especial.
Este ano, decidimos fazer uma retrospectiva de entrevistas que tivemos o prazer de fazer e que são um dos veículos que conduzem este site.

Ao longo destes quatro anos, o FYMS falou com artistas tão distintos como You Can't Win, Charlie Brown, Pernas de Alicate, Anarchicks, Capitão Fausto ou Fachada.


A música escolhida foi Maria Capaz da Capicua, uma das artistas que gostaríamos de entrevistar em breve.

Continuaremos com o objectivo de continuar a divulgar, principalmente, a música portuguesa e tudo o que se faz de bom na música e que este ano nos traga grandes bandas para divulgar e novos grandes sons para viciar.

Obrigada a todos por continuarem connosco nesta viagem!

31/12/2014

Retrospectiva de 2014 em discos

Num ano complexo, a música viveu um dos seus melhores momentos com novos e talentosos artistas, o regresso de velhas glórias e, principalmente, a publicação de grandes e bons discos!

Numa reflexão injusta, aqui ficam os meus discos mais ouvidos!

You Can't Win, Charlie Brown
Diffraction/Refraction

Jan 20, 2014

Review aqui.
A 18 de Janeiro de 2014 previ que Diffraction/Refraction seria um dos discos que não iria conseguir parar de ouvir. Quase um ano depois é frequente regressar ao disco que alegrou o meu ano. 
Tive oportunidade de ver a representação deste trabalho ao vivo por várias vezes (e quando digo várias, digo, pelo menos, umas 5 vezes!) e cada actuação dos You Can't Win, Charlie Brown tornava este álbum cada vez melhor e apetecível.
A verdadeira demonstração de quão boa está a música Portuguesa. Basta ouvirem este disco!

Buraka Som Sistema
Buraka
Jun 23, 2014
Review aqui.

Surpreendentemente, Buraka Som Sistema fizeram parte da minha banda sonora de 2014. 
Também tive a sorte de os conseguir ver algumas vezes e é óptimo ver uma banda tão diferente, tão interessante e tão talentosa no nosso panorama.
Em Junho, escrevi "É um disco que explode energia, boas vibrações e muita vontade de dançar. Buraka incentiva à festa, à celebração num misto de línguas, géneros e culturas.", depois destes últimos meses agarrada ao disco, verifico que é um disco que merece ser ouvido e, acima de tudo, celebrado!
Que mais artistas arrisquem como os Buraka Som Sistema.


Jack White
Lazaretto
Jun 10, 2014

Review aqui.
Jack White nunca desilude. Num registo muito semelhante ao seu primeiro disco, White volta a mostrar porque é considerado um dos guitarristas/produtores mais ecléticos da sua geração.
Num disco mais negro e intenso, Lazaretto acabou por não ter a devida (e merecida) aceitação dos críticos, tendo passado despercebido um excelente disco.
No entanto, este disco foi uma grande companhia em viagens diárias e momentos de lazer. Um disco que para além de ser um excelente momento musical, é uma excelente companhia.

Gerard Way
Hesitant Alien
Set 30, 2014
Foi num misto de alegria, excitação e receio que recebi a notícia de que o (meu querido) Gerard Way iria lançar um disco a solo, após o fim (inesperado) dos My Chemical Romance.
Ainda em mente com um Gerard dark, com maquilhagem exagerada e actuações teatrais, foi com grande satisfação que ouvi este Hesitant Alien - um disco muito virado para o estilo brit pop, com algumas nuances rock e que mostraram que este Gerard Way consegue continuar a surpreender e, principalmente, mexer com o panorama musical.
Outro disco que acabou ofuscado das elites, Hesitant Alien é um delicioso disco que merece ser absorvido pelos fãs de synthpop ou uma espécie de rock menos puro. Estranho? Mais vale ouvir e apreciar este disco imperfeito.

Obviamente, muitos outros discos e músicas fizeram parte da minha banda sonora de 2014 que foi muito recheada de bons discos, especialmente de anos anteriores, que me levaram a ver a música contemporânea com outros olhos!
Assisti a grandes concertos, vivi grandes emoções e ouvi excelente música - muitos artistas emergiram, outros tantos foram (finalmente!) reconhecidos e ainda mais aparecerão nos próximos meses. E nós, como fãs e apreciadoras de música, cá estaremos para dar o melhor que se faz na música.

Bom 2015!

08/12/2014

Playlist Spotify - Dezembro/2014 - por FYMS Admins

Todos os meses, temos convidado músicos que conhecemos para criarem uma playlist pra vocês. Mas então e nós? "Dezembro a playlist é nossa" foi assim que pedi à Patrícia. Dito e feito. A playlist do FYMS no Spotify do mês de Dezembro foi inteiramente construída por nós a pensar na espectacularidade de novos sons que foram sendo lançados ao longo destes doze meses. Certamente que nos escaparam alguns nomes, podemos até vir a actualizar esta lista, mas esta é a lista de artistas e músicas que marcaram o nosso 2014.

Ana & Patrícia

Da nossa lista fazem parte nomes já muito conhecidos como Maroon 5, Coldplay, Avicii, outros não tão conhecidos como Alo Wala ou Kongos, bandas que passaram por cá este ano como Chet Faker, Artic Monkeys, Sam Smith, e invariavelmente os nomes que elevaram a música portuguesa a um outro nível tais como Buraka Som Sistema, Capicua, Noiserv ou You Can't Win, Charlie Brown.

A playlist fica em baixo (link aqui):


Aproveitamos para desejar a todos os que nos seguem e nos inspiram um excelente Natal.

07/12/2014

Isaura - Useless

Isaura Santos apresentou-se ao Mundo como Isaura há precisamente uma semana.
Para os mais atentos, esta não foi certamente a primeira vez que a ouviram. Na última edição da Operação Triunfo foi uma das finalistas, onde deixou um pouco do véu descoberto do que poderia trazer ao mundo da música.

Agora, mais madura, mais segura e certamente mais adulta musicalmente, dá-se a conhecer como Isaura sendo Useless o seu primeiro single, co-produzido pelo Raez e Cut Slack.
A sua música é um mix, como ela própria define, entre a simplicidade dos sons produzidos e da complexidade das letras que escreve.
Useless começa com uma guitarra naife que acaba por nos transportar para os anos 80. As letras fazem desta música algo bastante pessoal, com a qual nos podemos facilmente identificar. Um livro aberto, um coração aberto, é assim que a Isaura decide começar.

Useless é a primeira verdadeira amostra do que a Isaura poderá fazer e 2015 será certamente o ano em que lançará novas músicas. Ficamos à espera!

03/12/2014

Vitorino Voador - Venha Ele

Apresentámo-vos o Vitorino Voador fez ontem um ano (Post aqui) a propósito do lançamento do EP Vitorioso Voo. Um ano depois, João Gil lança o tema Venha Ele, que serve de ponte entre o EP e o seu primeiro album de longa duração O dia em que todos acreditaram. O albúm será lançado no primeiro mês de 2015 através da Azáfama.

O dia em que todos acreditaram foi gravado pelo próprio João Gil e masterizado e misturado por José Arantes na L-House, em Londres. O álbum conta com algumas colaborações das quais destacamos o Noiserv (David Santos), companheiro nos YCWCB, convidado para deixar a marcar neste primeiro single. 


A ponte entre o EP e este novo álbum é feita de forma sublime onde podemos escutar o barulho das ondas como pano de fundo, a guitarra acústica, a voz suave do João e as letras simples e humildes que caracterizam as suas canções.

O vídeo de Venha Ele conta com a realização, direcção de fotografia & montagem de David Barata.


01/12/2014

Entrevista // Brass Wires Orchestra

Há umas semanas, o FYMS trocou uns palavras com os Brass Wires Orchestra que andaram nas bocas da música com um disco fabuloso que conquistou as críticas e reforçou laços com o público.

FYMS: São constantes as comparações com bandas como Beirut ou Mumford & Sons. Como é que vocês se definem?
Nós não temos uma definição exacta, neste trabalho explorámos mais os ambientes acústicos que o folk tem para oferecer, tentando sempre dar-lhe um cunho BWO. Portanto neste sentido acho que a categoria de folk acaba por ser uma das nossas definições, talvez a mais próxima e abrangente.

FYMS: Como é gerir as ideias e composições de oito músicos?
O nosso processo criativo, apesar do que se possa pensar, é bastante fluído e unânime. A base é trabalhada em casa pelo Miguel, que depois, juntamente com os restantes, se encarregam de compor os arranjos que vestem os temas.

FYMS: Em 2012, tiveram oportunidade de actuar no “Hard Rock Calling”, em Londres. Vêem a experiência como a vossa “rampa de lançamento”?
O Hard Rock Calling foi sobretudo uma experiência de enriquecimento pessoal, mais do que para a banda em si. O trabalho não nos foi facilitado daí para a frente, mas foi sem dúvida um momento marcante para todos.

FYMS: Já actuaram em festivais como Paredes de Coura e Optimus Alive (agora, NOS Alive). Como é a reacção das pessoas à vossa música?
Todos os festivais têm públicos diferentes. Apesar disso devo dizer que em todos os festivais onde tocámos fomos sempre extremamente acarinhados pelo público. Sentimos que a nossa música é bastante transversal nesse sentido.

FYMS: A internacionalização da banda é um objectivo para vocês?
A internacionalização é sem dúvida um objectivo presente nas nossas ambições futuras. Acreditamos que temos capacidade para isso, agora falta estruturas que o permitam.

FYMS: “Cornerstone” é o nome escolhido para o vosso primeiro disco. Falem-nos um pouco sobre a história por trás do álbum...
O álbum no fundo é um apanhado da nossa génese como banda. É um cigarro de enrolar sem filtro, ou seja, os primeiros dez temas a serem escritos foram os que entraram no disco. E é nessa ingenuidade que reside a grande força deste trabalho.

FYMS: O vosso disco de estreia tem o selo da Antena 3. Consideram que este tipo de apoios são importantes para o desenvolvimento das bandas?
Sem dúvida, a Antena 3 e sua excelente equipa fazem muito pelas novas bandas deste país. Cantem elas em inglês, português ou chinês. Temos muita gratidão por iniciativas desse género.

FYMS: A masterização teve mão de Frank Arkwright, dos Abbey Road Studios. Como surge a hipótese de terem o vosso trabalho associado a um estúdio, que preenche o imaginário de qualquer músico?

Foi uma questão de marcar hora.

FYMS: Quais são as vossas principais expectativas para este primeiro disco?

A nossa maior expectativa é chegar ao maior número de pessoas possível. Divulgar o nosso trabalho para que com isso tenhamos meios para trabalhar em próximos discos.

FYMS: O vosso disco está disponível vários formatos, incluindo em streaming no Spotify. Como vêem a utilização deste tipo de plataformas na vossa música?
Acho importante pela abrangência que nos confere.

FYMS: O que acham da música Portuguesa?
A música em Portugal tem vindo a evoluir bastante no panorama indie.

Vão surgindo projectos muito interessantes.

FYMS: Quais são os próximos passos?
Divulgação.

FYMS: Perguntas da praxe:
a) Um dia... dois dias, três dias...
b) O melhor que podem dizer sobre nós... a vossa música mudou a minha vida.
c) O pior que podem dizer sobre nós... que comparações com Mumford e Beirut são inevitáveis.
d) Daqui a 10 anos... vamos ser mais velhos.

FYMS: O que diriam aos leitores do FYMS?
Obrigado por lerem. Esperamos ver-vos em breve.
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